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A Marquesa de Marvila

Aqui não se aprende nada... Lêem-se coisas escritas por mim, parvoíces na maioria das vezes mas sempre, sempre verdades absolutas (pelo menos para mim).

Talvez eu seja só infeliz...

Estou sem a mais pálida ideia sobre o que escrever... há dias assim! O pior é que os meus têm sido maioritariamente assim... Se eu já sou rainha da procrastinação, desde há uns meses a esta parte tornei-me proprietária da mesma. Ao ponto de ela comandar a minha vida, raisparta! De me atrofiar os movimentos, de me lixar mesmo a vida. Sou menina para, neste fase, estar o dia inteiro sem fazer nada! Nada de nada!... o pior é que o meu trabalho depende de mim, não posso meter baixa, não posso parar... sem o meu trabalho não há dinheiro. É simples! Mas não quero que seja!

Estou num momento em que era bem capaz de me enfiar num buraco (Confortável, claro!, pensam o quê? Que uma Marquesa de enfia num buraco qualquer, não?) e por lá ficar até me apetecer... era isso e ser rica! Eu era menina para viver de rendimentos! Não me aborrecia nada!

Sabem uma coisa? Odeio trabalhar! Mesmo! A cena de que o trabalho traz dignidade, que faz bem à alma, que quem trabalha é forte e rijo... tretas, masé! Tretas inventadas por malta que quer viver dos rendimentos e ver os outros a trabalhar! Eu era pessoa para fazer parte dessa malta! Juro! Há lá coisa melhor do que não ter problemas financeiros, viver dos rendimentos e não fazer nadica de nada?!... ai, sonho de vida!

Não, não tenho vergonha nenhuma de dizer que não gosto de trabalhar! Que a minha dignidade vem de sítios bem mais profundos e puros do que a labuta, que não sou melhor nem mais forte por trabalhar, nem sinto minimamente que a minha alma se sinta melhor pelo trabalho... antes pelo contrário! A minha alma odeia trabalhar e exige que jamais voltem a usar o seu nome em prol do trabalho!

Tenho alma de rica, de pessoa que é feliz a fazer coisas que gosta e não, o sacrifício não é bom para ninguém, ainda menos para a alma! E se for, que seja o sacrifício de botar o nariz de fora da janela, em dia de ir à praia e o dia não estar de feição mas ir na mesma... fazer esse sacrifício! Ou aquele em que nos vamos banhar no azul do oceano com temperatura da água abaixo de 25º... mais que isso é esforço, é tortura, são maus tratos... não há história de uma alma feliz a sofrer destes 3.

Ahhhhh.... mas oh Marquesa, isso também eu! Isso todos queremos! 

Boa! Fixe para vocês! Então assumam! Deixem-se de merdas de que o trabalho faz bem à alma e o camandro!... não faz! Há malta feliz a trabalhar?!... bom para eles! Fixe! Mas há malta feliz a não fazer nada! E eu quero fazer parte deste segundo grupo!

Se trabalho? Sim, que remédio! Faço parte do grupo, gigante e triste, por sinal, da malta que tem de trabalhar para comer e pagar contas!... quem foi o inteligente que achou que isto era boa ideia, catano?... f*"#d#$&a-se!!! A sério?!... acham mesmo normal uma pessoa viver a vida inteira para pagar contas? Acham mesmo que este deve ser o nosso propósito de vida?... Eu quero uma vida mais interessante que isto! Eu quero ter dinheiro a divertir-me, a curtir a vida, preferencialmente a não fazer nada!

Talvez, afinal, eu não seja procrastinadora... talvez eu seja profundamente infeliz com esta minha vida de pagadora de contas!... Talvez eu não queira mesmo isto para a minha vida!... 

Acho que vou ter de refletir bem sobre este tema!... 

Talvez eu seja infeliz!...

Vou ter um sofá novo... raisparta!

Hello, 'soas mai'lindas de sua Marquesa!!!

Ando... adivinharam, caneco! Vocês são espectaculares... numa azáfama! Aquela azáfama louca que no fim se traduz num dia sem qualquer tipo de produção... mas que me deixa derreada!... É o chamado tanto esforço para porra nenhuma!... posto isto, escrito isto, lido isto, conversado isto com a doutora psicóloga (sim 'soas, ainda lá ando!... vai pra lá de uma vida... tamanha é a minha chanfradice! Raisparta!), não necessariamente por esta ordem, resolvi comprar um sofá!

É! Um sofá! 

E perguntam vocês, já a achar que a minha "falhinha" se transformou num caminho sem retorno, o que tem uma coisa a ver com a outra?!?!...

Tudo! Digo eu! No meio da minha azáfama mental, sim, cansativa que só ela, mas sem qualquer tipo de efeito prático... o que ainda cansa mais uma 'soa!, percebi que "JÁ CHEGA DE PROCRASTINAR!" (Esta sou eu a gritar comigo! A ver se resulta!), e vai daí resolvi que após 30 anos de serviço (eles já eram do meu pai!), após 10 anos de estado, já, lastimável, ao fim de mais 5 anos de a Diaba os ter esfrangalhado, os meus sofás já se pareciam com tudo menos com uns sofás... um indivíduo, eu e restantes 'soas que lá botassem o rabo, tem dificuldade em se levantar de tão encaixado que fica... eles já estão rotos... raisparta, em palácio de Marquesa uns sofás rotos!... Depois de eles já estarem falecidos há alguns anos, paz à sua alma, entendi, finalmente!, que já tinham cumprindo mais do que a função a que estavam obrigados! Já não era justo fazê-los trabalhar depois de falecidos!... 

Então?!!.... Comprei um sofá cor de ferrugem, em veludo! 
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Estão aí?!?... Boa! Vocês são fortes e resistentes! Sois os maiores, caneco!!! Viva vóis!!!!... pronto, já chega, bale?
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É, comprei um sofá de veludo... cor de ferrugem (isto para não dizer, cor-de-laranja! )... o dito ainda não chegou!.. eu nunca o vi ao vivo!! ... tem tudo para correr bem, não acham?!

No dia em que eu começo a minha cura, ao nível da procrastinação, resolvo passar um atestado de insanidade a moi même!!! Euzinha!!!... a minha doutora psicóloga vai ter de me aturar mais uns anitos, quer-me parecer!...

O mais insano disto tudo é que a malta cá de casa não contestou!!!...  Só questionaram se veludo seria boa ideia e a Aspirante Mai'Velha preferia verde... e não era verde escuro! Era assim um petróleo, forte!... devo-me preocupar com eles?... ou será que eles já desistiram de mim e têm medo de me contrariar?!...

Enquanto não chega, eu estou a adorar o meu sofá de veludo cor-de-ferrugem, que está para chegar... depois dele chegar já não garanto pensar o mesmo, mas... até lá deixem-me ser feliz!

A Aspirante Mai'Velha só teme que um dia, daqueles lá mais prá frente, olhemos para o sofá e pensemos: Onde raio estávamos nós com a cabeça?!... mas isso são só projecções!

Entretanto arranquei o meu último dente do siso... não tem nada a ver, mais uma vez (se querem coerência vieram ao sítio errado! Sorry!), mas está-me a doer... acho que o dito queria que eu falasse dele! Pronto! Já falei!

E o sofá?!?...  É lindo?... Não minervem, bale?!?... A propósito, vou tomar um Ibuprofeno para as dores do siso-que-já-não-tenho!... raisparta! #falhinhainthehouse #chanfradahavetochanfradate #fui!

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Bóra lá estudar!...

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Cada vez mais me convenço, e quem me conhece sabe que este não é assunto novo, que andamos (nós sociedade, nós pais e encarregados de educação) a criar adultos incapazes. Passo a explicar, as crianças e jovens de hoje são os adultos de amanhã, isto já todos nós sabemos e ouvimos vezes sem conta, e hoje tratamos as crianças como donas e senhoras do mundo.

 

Não se lhes pode dizer que não, coitadas ficam traumatizadas; Não podem ter negativas, chumbar nem se fala, coitadas ficam traumatizadas; Não se lhes pode negar nada, sob pena de ficarem traumatizadas, claro. Vejo pais e mães, a estudarem com e pelos filhos, uma ajuda eu percebo, mas estudar com e por eles?... Não percebo! Então se a criança tem maturidade para estar em determinado ano de escolaridade, suponho que a matéria dada está ao nível da sua capacidade intelectual, logo é capaz de estudá-la e apreendê-la, se não é capaz então que repita o ano pois não está ao nível cognitivo exigido pelo respectivo ano de escolaridade. Assim como percebo que tenham explicações, não percebo é que se misturem as competências parentais com as escolares. Reitero que percebo uma ajuda tipo: "Oh mãe, não estou a perceber este problema aqui..." ou, "O que quer dizer procrastinar (mais uma vez esta linda palavra, que eu adoro! Peço-vos, mais uma vez, digam-na lá em voz alta. Coisa mai linda)?" 

 

Também percebo que, perante uma matéria que não se está de todo a compreender, que por algum motivo não está a "encaixar" até nos possamos sentar com eles e dar uma ajuda mais aprofundada, caso seja um tema fácil para nós. Mas isto é pontual. Há pais e mães que literalmente estudam com os filhos e dizem: "Vou estudar matemática, eu que até era uma nulidade à disciplina e fui para letras para lhe fugir agora estudo matemática para ajudar o Joquinha, coitado senão ele não consegue!"... É impressão minha ou estamos a chamar burras às crianças? E depois, também vão fazer os testes por eles? E vão fazer os exames de admissão à faculdade? E também vão à entrevista de trabalho?... Amores da minha vida, acreditem que só não vão aos testes e aos exames porque não podem porque à entrevista de emprego há quem vá! A sério! Não me contaram, tipo eu-tenho-uma-prima-cuja-filha-da-vizinha-da-mãe-o-fez, não! Eu conheço quem o tenha feito e o contou com orgulho! E não foi um caso isolado de um tresloucado qualquer, não! 

 

E depois vocês dizem, como amigos já me disseram, "ah, mas tu tens sorte que as tuas filhas são boas alunas!". Não minhas caras pessoas giras, não tenho sorte! Uma das minhas filhas é excelente aluna, vero! A outra nem por isso. Teve explicações, passou no ano passado com uma negativa, a meio do ano foi accionado um plano contingente-emergente-urgente-ó-coiso, parecia o início de uma guerra nuclear a evitar a todo o custo, para que ela não chumbasse. Fomos chamados à escola, tivemos de assinar folhas e papéis com planos infalíveis para que ela não chumbasse, autorizações e responsabilizações e cenas malucas... rejeitámos a maioria delas, dissemos que sim a outras só para a DT (directora de turma) se acalmar, ou chamava a NATO, colocámo-la numa explicação, retirámo-la da explicação (estávamos apenas a gastar dinheiro) e tivemos uma conversa séria com ela: "Minha amiga, isto é assim, ou estudas e te aplicas ou temos chatice!..." E ela estudou, aplicou-se e deu o seu melhor! É o que exigimos sempre, que dê o seu melhor e se aplique. E dar o seu melhor, não é ser a melhor. Nós não queremos que esse seja o objectivo delas. 

 

Posso não ser o melhor exemplo de sucesso, mas licenciei-me, nunca chumbei, andei muitas vezes "na corda bamba" como a minha mãe sempre gostou de dizer, trabalhei por conta de outrem, trabalho por conta própria, e nunca os meus paizinhos estudaram comigo, limitavam-se a tirar satisfações, a impor castigos quando não cumpria e a premiar os sucessos... A única vez que alguém estudou comigo, foi uma das minhas irmãs, mais nova que eu 8 anos (ahhaahhaah!!), matemática, estava eu na faculdade, no último ano e tinha a porra da matemática pendente desde o primeiro, verdade que nunca me tinha proposto a exame, pura e simplesmente a tinha posto de parte, eu não tinha matemática desde o 9º ano, a minha irmã era da área de economia e sentou-se comigo a estudar... até me ter perguntado: "Oh gaja (sim, somos umas queridas umas para as outras), mas afinal quando é que é o exame?" e eu... "amanhã"... "fod*-se, 'tás a gozar comigo, certo?"... e eu: "Não!...", "Eh pá, esquece, vou dormir masé, não é numa noite que te vou ensinar a matéria de um ano"... E foi assim, a minha experiência com estudos familiares. Aos interessados, passei no exame, a minha irmã só acreditou quando foi comigo à faculdade verificar! E mais uma vez os meus pais não interferiram, nem souberam de nada, apenas que eu tinha passado a matemática e terminado o curso, ou quase ainda faltava a tese, essa querida!

 

E depois vemos nas reuniões de pais posições verdadeiramente chocantes, uma falta de confiança na escola, nos professores, nos filhos, pais que sabem a matéria toda que os filhos estão a dar, pais que fazem os trabalhos dos filhos, pais que tentam ensinar os professores a melhor forma de ensinar, pais que ignoram totalmente os apelos dos professores para que os deixem ser autónomos, para que não façam fichas em casa com eles, para que não façam os TPC por eles... Os putos podem portar-se mal, ser mal-criados, desrespeitarem tudo e todos pois os pais estão lá para dizer amém a tudo o que as suas crias fazem. Eu, há coisas que não sei nem quero saber sobre a escola e os professores e a interacção entre alunos e professores, é um tema deles, a escola tem de ser capaz de lidar com os seus problemas, temos de legitimar os professores e as escolas para que possam cumprir a sua função educativa. Nós, pais, em casa temos a nossa, que não é, certamente, a de estudar com e por eles, a de fazer os trabalhos por eles.  A única coisa eu eu quero, e exijo, saber da escola é se as minhas filhas não se portarem bem ou não cumprirem e não é para lhes passar a mão no lombo a dizer "coitadinhas", não, é mais uma vez para as responsabilizar (sosseguem que não é para lhes passar a mão no lombo nem no bom nem no mau sentido!).

 

Antes que se exaltem, esta é a minha perspectiva, não estará certa nem tampouco errada, é só a minha opinião. Não faz de mim melhor mãe, mas sim na mãe que dá às suas crias aquilo em que acredita: Autonomia, responsabilidade, confiança! Se erro? Sim, imenso! Muito mesmo! Sou a melhor e a pior mãe de sempre. Enquanto elas me disserem que sou a melhor mãe do mundo intercalado com um "odeio-te, és a pior mãe do mundo" sei que estou no caminho certo! Mas isto sou e são elas... Admito, aceito e gosto até, que haja quem pense diferente, e um dia posso até mudar de opinião (sobre este tema tenho as minhas dúvidas, mas pronto...).

Ps. Refiro-me a crianças saudáveis e sem qualquer constrangimento cognitivo, social ou psicológico.

Bem-vindos!

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Qualquer dia é um bom dia para começar um blog... Não fosse eu pessoa dada à procrastinação (aqui está uma palavra que é mais fácil de escrever do que dizer, ora digam-na lá em voz alta! Quem inventou esta palavra fê-lo só para se regozijar - outra - com a figura alheia)... Pois, mas hoje é o dia. E sei que daí desse lado estão todos ansiosamente à espera... Mentira!, eu sei que não está aí ninguém mas como não gosto de escrever para ninguém imagino que escrevo para alguém, ou seja vocês. Esta conversa está um pouco esquizofrénica, parece-me!

Pois então, bem-vindos ao meu blog!

Era mesmo muito fixe se estivesse aí alguém desse lado a ler este texto que nada diz e para nada serve... Ou talvez não! Se alguém me estiver agora a ler creio que tenho reais possibilidades de que não volte aqui a estas bandas...

Bem, deixemo-nos de parvoíces e bem-vindos!