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A Marquesa de Marvila

Aqui não se aprende nada... Lêem-se coisas escritas por mim, parvoíces na maioria das vezes mas sempre, sempre verdades absolutas (pelo menos para mim).

A cura está a uns escassos 75 mil euros de distância...

Este fim-de-semana, andava eu a percorrer o Instagram, Facebook, Blogs e cenas na net, quando me deparo com mais um apelo pela vida! Infelizmente as doenças não escolhem onde, quando e como aparecem e apenas fazem isso mesmo: Aparecer! Pode acontecer-nos a todos, seja como protagonistas, seja como personagens secundários.

Este apelo, que como tantos outros me chegam ao coração e me dificultam prosseguir a minha vida descansada (afinal há pessoas a sofrer), revoltou-me! Revolveu-me as entranhas! Fez com que tivesse vontade de bater em alguém... não apenas uma, mas muitas pessoas, de as abanar e de lhes dar umas valentes chapadas nas fuças, catano!

Há coisas que ultrapassam a minha capacidade de raciocínio, caramba! Não entendo como há pessoas que conseguem deitar a cabeça na almofada e dormir descansadas, não compreendo!

Este apelo referia-se a uma mãe de família, uma mãe jovem, com 3 filhos ainda crianças.... uma mãe com cancro! Uma mãe, filha, irmã, amiga, mulher que ama e tem quem a ame, que tem uma vida para viver mas o tempo contado... alguém ligou o relógio em contagem decrescente, esse alguém, que guarda o relógio na mão, à vista de todos mas só ao alcance de alguns, acena a esta mulher e seus entes queridos dizendo: Já tens pouco tempo... Vê lá masé de arranjas o que interessa (dinheiro) para te tratares...

Assim é, meus amigos! "Não há dinheiro, não há palhaço... neste caso, não há dinheiro, não há cura! Temos pena... next!". Estamos em pleno Séc. XXI, na Europa, em Portugal, país da Comunidade Europeia... como é que esta situação é admissível? Como é que existe o tratamento, a cura, aqui mesmo em Portugal, aqui mesmo em Lisboa, aqui mesmo numa dos locais que mais contribui para o estudo do cancro, com taxas de cura elevadíssimas, com meios de tratamento inovadores e topo de gama, e só tem acesso ao mesmo quem tem dinheiro? Como é que se pode fazer da vida das pessoas um negócio? Como é que o Estado não comparticipa tratamentos que curam? Como faria o Presidente da República ou qualquer Ministro, caso um seu ente querido (mãe, pai, irmã, irmão, filha, filho...) precisasse destes tratamentos?... Limitar-se-iam estas almas ao Sistema Nacional de Saúde e a um diagnóstico de: "Já tentámos tudo... nada mais há a fazer!..." ou iriam à Fundação Champalimaud, cujo Estado não comparticipa, pagar 75 mil euros pela cura?... como podem estes governantes olhar nos olhos dos contribuintes? Das pessoas que têm a cura ali ao lado mas não têm dinheiro para a alcançar...

Revolta-me as entranhas... Sinto náuseas a vê-los, aos que nos governam (e amigos, não me venham com tretas de ser o Ps, de esquerda ou direita, centro, baixo ou cima... nenhum partido fez ou faz nada neste sentido), a pavonearem-se em cerimónias na tal Fundação, a entregarem prémios e a receberem louvores... Afinal, é ou não uma Fundação séria e válida? Com tecnologia de ponta e tratamentos de sucesso? Se é então porquê que o estado Português não comparticipa?

Há uma mãe (e haverá um pai, irmão, filha, amiga, amigo...) que precisa de 75 mil euros para ter esperança... para poder olhar para os filhos com certeza de os ver crescer... há um Estado que não quer saber... há um Estado que diz: - Temos pena! Gostámos de a conhecer... next!

Dêem uma chapada na cara de quem diz que dinheiro não traz felicidade, por favor! Quem o diz ou tem inveja ou tem 75 mil euros para se tratar ou tratar dos seus!

 

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