Médicos, médicos... Outra vez os médicos...
Médicos, médicos.... Já há muito tempo que não falava destes meus velhos amigos (nop)... Desde a última vez que tive de lá ir... as minhas experiências com médicos raramente são positivas.
Cada vez gosto menos deles... é triste mas é verdade... Pouco são os médicos que estão efectivamente ao serviço do cliente/utente/doente (depende das situações); Muitos são os médicos que estão ao serviço do seu ego e de mais qualquer coisa que não sei definir...
Ontem fui ao médico... o melhor, à médica. Uma senhora muito simpática (a sério, sem ironia, que eu também sou pessoa que sabe ser séria) e tal... a sua especialidade é dermatologia. Ora, a minha querida amiga síndrome dá-me muita chatices ao nível da pele. Ele é alergia insuportável ao sol, ele é pele seca mas mista (ou seja, não é falta de óleo mas sim de água), ele é comichões, babas, feridas, vermelhidões, escamações... então lá fui eu, toda lampeira para a consulta.
Ora, a consulta foi coisa para demorar uns estrondosos 10 minutos. Eu sei que a malta tem pressa, que a vida não está para demoras, que há muito que fazer e que tempo é dinheiro, eu sei isso tudo! Mas, médicos, amores de mi vida, do outro lado está uma pessoa, bale? Não é uma qualquer estrutura que basta olhar, botar a mão no queixo e "Ora vamos lá ver... é botar mais um bocadinho de betão e cortar ali a esquina e está pronto!". Não! A malta é uma pessoa, gente, seres humanos (uns mais humanos que outros, é certo, mas mesmo assim humanos). A ciência já sabe há uns anos que os humanos são seres sencientes (médicos, seus fofos, significa que sentem! Têm emoções, dores, sensações térmicas... essas coisas chatas que nos diferenciam de uma parede).
Eu também sei, que sou moça com alguma inteligência, que os médicos salvam muitas vidas. Não é isso que está em causa. Muitas vezes as vidas são salvas com o doente inconsciente, não há como não confiar no médico, certo?
Eu estou a falar de pessoas como eu, que têm doenças crónicas e outras que têm doenças agudas, que vão ao vosso consultório. Essas pessoas merecem, não só ser vistas (olhadas, mesmo), como devem ser entendidas no seu todo. Se eu digo: "Tenho receio de tomar determinado medicamento por causa dos efeitos secundários...", não basta dizer: "Vai-lhe fazer bem! Vá, tome lá a receita." Eu tenho 44 anos, sou pessoa com formação, sou um ser humano, não preciso da vossa condescendência. Sou eu quem tem de viver com a doença toda uma vida, sou eu quem terá de viver com os efeitos secundários e até com os que poderão ser irreversíveis ao fim de um tempo de toma.
Eu não preciso de um médico, agora falando do meu reumatologista, que me diz: "pode comer tudo normalmente", entre outras pérolas, e depois chego a casa e leio nas notícias que houve um congresso científico em Portugal e que já é mais do que sabido que a alimentação tem um impacto enorme nas doenças auto-imunes, pode até fazê-las entrar em regressão ou em exacerbação... Então?... Em quê que ficamos, caro doutor? Aqueles senhores do congresso, não são uns esotéricos malucos, são os maiores cientistas mundiais ao nível das doenças auto-imunes... O caro doutor possivelmente também lá esteve...
Eu sou uma pessoa e mereço consideração. Já disse e repito, repetirei até que me deixe de doer a alma (sim, comigo é ao contrário... já que a dor é crónica...), eu não preciso de uma receitinha nem tampouco de condescendência. Eu mereço fazer parte do meu tratamento.
Estou tão fartinha disto, senhores... tão fartinha...
Começo a sentir-me desesperada. Podia ir procurar outro reumatologista?... podia! Mas não conheço nenhum e corro o risco de me sair outro igual a este... seria o mais certo!