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A Marquesa de Marvila

Aqui não se aprende nada... Lêem-se coisas escritas por mim, parvoíces na maioria das vezes mas sempre, sempre verdades absolutas (pelo menos para mim).

O mundo está duplamente mais pobre...

Hoje acordei incrédula e estupefacta com a notícia da morte de uma girafa no Jardim zoológico de Lisboa, no passado Sábado.

Esta notícia representa tudo o que está mal por aqui...

Como é sabido eu gosto muito de animais, respeito-os muitíssimo (excepto a minha diaba, como é do conhecimento geral, que é ameaçada de alguma coisa com alguma frequência), e como tal os Jardins Zoológicos são sítios que me provocam algum desconforto. Não consigo entender que se mantenham animais em cativeiro. Não há, para mim, qualquer desculpa plausível excepto a realização de dinheiro. A preservação das espécies consegue-se com educação, formação, com o deixarmos de comprar espécies ou bocados das mesmas em vias de extinção, com o não compactuarmos com o tráfego de animais e em última instância em reservas, onde os animais são livres. Viver em cativeiro é algo que não condiz com respeito, dignidade que é aquilo que os animais nos merecem.

Ultrapassada esta primeira questão, dá-se uma segunda, que até bate com a primeira... eu explico. Se houvesse uma aposta séria e firme na educação. Na educação para o respeito, para o civismo (algo que deveria ser básico, mas infelizmente não é... basta sai de carro em hora de ponta para verificarmos a falta dele), para as regras... sim, meus amigos, as regras não foram criadas para chatear a malta, e nós não sabemos mais do que quem criou as regras... se as regras tivessem sido respeitadas, se aquela alma não achasse que sabe mais do que os outros e que o facto de haver uma série de placas a dizer "Não alimente os animais" significa que é, efectivamente, para NÃO alimentar os animais, aquela pobre girafa de 6 meses não tinha perdido a sua mãe...

Sim, esta é uma terceira questão, a girafa de 11 anos que morreu tinha sido mãe há 6 meses. Esta pobre cria ficou sem a sua mãe... para quem não sabe, os mamíferos sentem afecto, têm vínculos familiares fortes e foi uma perda duríssima para aquela pobre pequena girafa.

Uma quarta questão se levanta, mas esta não espero que muita gente a entenda, se assim fosse os circos com animais já não existiam, as touradas também não, não haveria animais abandonados nem tampouco Jardins Zoológicos, os casacos de peles já eram uma lenda, e por aí fora... não sei, como aquela pessoa que tentou alimentar a girafa, ou qualquer outra pessoa que lá estivesse a assistir, vai conseguir voltar a dormir!... Eu, só de ter lido esta notícia fiquei nauseada, angustiada, triste... não entendo tamanho desprezo pela vida alheia. Não entendo!

Qualquer animal é um ser vivo, sensiente, merece ser respeitado. Não é necessário que gostem dele, apenas que o respeitem.

Hoje estou triste, o mundo está duplamente mais pobre... por uma vida que se perde e pelo desprezo pela mesma que o ser humano continua a perpetuar...

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