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A Marquesa de Marvila

Aqui não se aprende nada... Lêem-se coisas escritas por mim, parvoíces na maioria das vezes mas sempre, sempre verdades absolutas (pelo menos para mim).

Falamos da relação entre duas pessoas

Eu abro a internet diariamente no meu computador, telemóvel, tablet, o que for que tenha internet, eu abro! (By the way... a internet abre-se? Liga-se? faz-se o quê mesmo?... não interessa)... muitas vezes deparo-me com cenas escritas sobre as quais eu não faço porra de ideia o que são... de quem estão a falar?... sobre o quê que estão a escrever?... não sei! não faço ideia!... às vezes surgem-me fotografias de sujeitos e sujeitas, com notícias e o catano, e eu não sei quem são...

Chego à conclusão que, quando por aí se diz que a televisão tem os dias contados não é verdade! Eu não faço ideia quem são estas almas, de quem se fala, porque eu não vejo televisão (vejo séries e filmes)! E pelo que vou lendo por aí, Gráçasàdeus, né?, que ali não se aprende nada... ou aprende-se muito pouco.

Parece que por agora, por cada blog que abro para ler, por cada portal de notícias, não se fala de outra coisa que não seja um programa (surreal, pelo que pude entender... capaz de espezinhar, amarfanhar e... - sei lá que outros adejctivos usar - a dignidade humana...)... sou socióloga de formação, interesso-me bastante por temas que envolvam mais do que duas pessoas, estudei a instituição casamento (sim, o casamento é estudado sociologicamente) e, apesar de não ter visto nenhum episódio do programa sobre o qual se fala, parece-me completamente indignificante, em todos os aspectos, individual, social... o casamento é uma instituição importantíssima a nível social. Formal ou não, o casamento é a base da constituição da família, é a base de toda a sociedade. Cada animal constrói a sua sociedade de forma a manter e preservar a espécie e os genes, o ser humano não é diferente. Acho que o casamento é e sempre será objecto de estudo sociológico, tenho um imenso respeito pela instituição e, puritanismos à parte (até porque não o sou e acho que se pode brincar com tudo o que existe, desde o casamento às doenças...), parece-me totalmente indignificante tratar o casamento com tamanho desprezo. Estamos a falar de relações humanas profundas que, a meu ver, não devem ser tratadas com tamanha leviandade.

Poderia também falar de todo o aproveitamento do indivíduo neste programa. Pessoas de bem com a vida, saudáveis social e emocionalmente, não se sujeitam a este tipo de programas. Nunca gostei, e espero nunca vir a gostar, de programas que exploram os outros, que se baseiam na humilhação para obterem audiências e aplausos.

O amor não tem uma fórmula. Não são psicólogos, ou coachs, ou o camandro, que vão dizer que esta pessoa fica bem com aquela... se assim fosse não havia ninguém a sofrer de amor e seria uma desgraça... o que fariam os poetas, os pintores, os músicos?... o que seria de nós todos se o amor tivesse uma fórmula infalível?... ainda bem que não tem! A vida perderia metade da graça, ora vejam:

Bem, está na altura de arranjar namorado... vou ali à doutora-psicóloga-coach-do-amor para ela me arranjar uma parelha... e vou, e saio de lá de braço dado com um tipo qualquer que será o meu amor para a vida...  Que aborrecido... onde está a parte de conhecer as pessoas? De explorar as nossas emoções? De percebermos, através do outro, quem somos? O que queremos? O que nos faz feliz?...

Lamento profundamente pelos "profissionais" (?!?!?!) que estão naquele programa e se prestam a isto... o mau nome que dão a todos os verdadeiros profissionais (psicólogos, coachs...). É deprimente!

Nunca vi um episódio sequer... e não tenho intenção de ver... são programas que me deixam mal-disposta... como já disse, programas de exploração e de humilhação do outro, repugnam-me!

Ao reler o que escrevi reparei que pode parecer uma opinião moralista... não é! Não é um texto a favor da preservação da instituição casamento na sua forma tradicional, de todo! Sou totalmente a favor de todo o tipo de casamentos desde que os intervenientes sejam pessoas adultas e plenas das suas capacidades... homem-mulher; mulher-mulher; homem-homem; pela igreja; pelo civil; com a bênção dos amigos; com a bênção de ninguém... quando falo em casamento, não me refiro ao papel passado, nem à moral e bons costumes. Refiro-me à relação entre duas pessoas!