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A Marquesa de Marvila

Aqui não se aprende nada... Lêem-se coisas escritas por mim, parvoíces na maioria das vezes mas sempre, sempre verdades absolutas (pelo menos para mim).

Como o Marquês me pediu em casamento...

Ora bem, numa época em que os casamentos, namoros, acasalamentos... whatever...estão na moda, vamos então satisfazer a vossa curiosidade sobre como se fazem pedidos de casamento na nobreza.

Desde já vos aviso que não foi feito nenhum casting, nem o Marquês me escolheu num catálogo onde era descrito o estado dos meus dentes e da minha saúde em geral (se assim tivesse sido bem que tinha ficado pendurada até hoje... não me safava, irra!), também não questionou os meus dotes culinários (sorte a minha! Também não me safava!.... nem ele! Bem vistas as coisas... Era ele a questionar e eu a dizer: "Ora gostei muito de o conhecer, pessoa, mas eu para cozinheira não sirvo!..."), sobre  a lide da casa também nada foi dito... se bem que eu devia ter feito melhor a minha selecção... O Marquês faz a lide da casa (está agorinha mesmo no super-mercado a comprar comidinha para o jantar, e há bocado estendeu a roupa!), mas cozinhar é que não é com ele... raios!... também vos posso dizer que esta escolha não meteu a mãe dele ao barulho... teria sido dramático se a opinião da minha sogra tivesse sido decisiva nesta escolha... a primeira vez que me botou os olhos em cima foi para me ver esborrachar o meu carro contra o carro estacionado do seu vizinho!... true story!

Ora então, perguntam vocês em ânsias, como é que o Marquês te pediu em casamento?!?...
- Meteu Paris?...
- Nop!!! Demasiado vulgar!...
- Meteu flores?... Já vos disse que não gosto de receber flores! Não teria corrido bem!...
- Já sabemos!!! Foi num jantar romântico à luz das velas?
- Detesto não estar a ver o que como! Nop!
- Um balão de ar quente?....
- Tenho vertigens! 

Então?!?!??!?!?.... conta-nos tudo, Marquesa de nuestro corazón... (adoro quando vocês falam comigo assim!)

Pois não pediu!!! O Marquês não me pediu em casamento! Vero!!!! E ainda bem! Eu não teria aceite! Jamais aceitaria casar com uma pessoa que me fizesse passar a maior vergonha da minha vida... malta ajoelhada, de caixa de anel em punho não é nada a minha onda!... e a dele também não! GraçàDeus, né?... Eh pá, és tão pouco romântica!... visto dessa forma, é verdade! Sou! Não gosto nada dessas cenas! E em público então... morria!!! O que se poupava no casamento teria de dar para o funeral, é sabido que os funerais estão pela hora da morte! (ahahahahahah!!! Trocadilho não propositado! Totalmente espontâneo!). Mas gosto de ir passar um fim-de-semana a dois, viajar, jantar fora, presentes fofinhos... agora cenas efusivas e públicas, não!!! Váderetro!!! Cruzescredo!!!

Mas tenho um anel de noivado, pessoas! Ah! Pois é... pensavam o quê?... Então como é que isso se deu, caneco? - perguntam vocês. Então, eu o Marquês decidimos, ao fim de 4 anos a namorar que talvez não fosse má ideia casar. Casar foi uma decisão! Decidimos que íamos casar! Comprámos casa e marcámos a data! Vai um dia o Marquês foi-me buscar a casa (depois de tirar a carta! Sim, que eu andei a passeá-lo no meu carro uns bons 2 anos, ou mais, em que o jovem não tinha carta!) e disse-me assim: - Olha, está aí um embrulho com um presente para ti!... eu abri e lá estava um anel todo catita, e verdadeiro! De ouro e tudo! ... ao que eu reagi: - Olha! Um anel! Adoro! É de noivado?... - É!... pronto! Ficámos assim e ao fim de uns meses casámos! Faz este ano 18 anos!

Atenção que eu não tenho nada contra pedidos de casamento megalómanos... acho fofinho! Desde que não me envolvam! Tenho pavor de manifestações românticas em público!!!!! Deuzzzzmalivre!!!!!

Ps: Para que fique registado, também nunca houve pedido de namoro! 

Falamos da relação entre duas pessoas

Eu abro a internet diariamente no meu computador, telemóvel, tablet, o que for que tenha internet, eu abro! (By the way... a internet abre-se? Liga-se? faz-se o quê mesmo?... não interessa)... muitas vezes deparo-me com cenas escritas sobre as quais eu não faço porra de ideia o que são... de quem estão a falar?... sobre o quê que estão a escrever?... não sei! não faço ideia!... às vezes surgem-me fotografias de sujeitos e sujeitas, com notícias e o catano, e eu não sei quem são...

Chego à conclusão que, quando por aí se diz que a televisão tem os dias contados não é verdade! Eu não faço ideia quem são estas almas, de quem se fala, porque eu não vejo televisão (vejo séries e filmes)! E pelo que vou lendo por aí, Gráçasàdeus, né?, que ali não se aprende nada... ou aprende-se muito pouco.

Parece que por agora, por cada blog que abro para ler, por cada portal de notícias, não se fala de outra coisa que não seja um programa (surreal, pelo que pude entender... capaz de espezinhar, amarfanhar e... - sei lá que outros adejctivos usar - a dignidade humana...)... sou socióloga de formação, interesso-me bastante por temas que envolvam mais do que duas pessoas, estudei a instituição casamento (sim, o casamento é estudado sociologicamente) e, apesar de não ter visto nenhum episódio do programa sobre o qual se fala, parece-me completamente indignificante, em todos os aspectos, individual, social... o casamento é uma instituição importantíssima a nível social. Formal ou não, o casamento é a base da constituição da família, é a base de toda a sociedade. Cada animal constrói a sua sociedade de forma a manter e preservar a espécie e os genes, o ser humano não é diferente. Acho que o casamento é e sempre será objecto de estudo sociológico, tenho um imenso respeito pela instituição e, puritanismos à parte (até porque não o sou e acho que se pode brincar com tudo o que existe, desde o casamento às doenças...), parece-me totalmente indignificante tratar o casamento com tamanho desprezo. Estamos a falar de relações humanas profundas que, a meu ver, não devem ser tratadas com tamanha leviandade.

Poderia também falar de todo o aproveitamento do indivíduo neste programa. Pessoas de bem com a vida, saudáveis social e emocionalmente, não se sujeitam a este tipo de programas. Nunca gostei, e espero nunca vir a gostar, de programas que exploram os outros, que se baseiam na humilhação para obterem audiências e aplausos.

O amor não tem uma fórmula. Não são psicólogos, ou coachs, ou o camandro, que vão dizer que esta pessoa fica bem com aquela... se assim fosse não havia ninguém a sofrer de amor e seria uma desgraça... o que fariam os poetas, os pintores, os músicos?... o que seria de nós todos se o amor tivesse uma fórmula infalível?... ainda bem que não tem! A vida perderia metade da graça, ora vejam:

Bem, está na altura de arranjar namorado... vou ali à doutora-psicóloga-coach-do-amor para ela me arranjar uma parelha... e vou, e saio de lá de braço dado com um tipo qualquer que será o meu amor para a vida...  Que aborrecido... onde está a parte de conhecer as pessoas? De explorar as nossas emoções? De percebermos, através do outro, quem somos? O que queremos? O que nos faz feliz?...

Lamento profundamente pelos "profissionais" (?!?!?!) que estão naquele programa e se prestam a isto... o mau nome que dão a todos os verdadeiros profissionais (psicólogos, coachs...). É deprimente!

Nunca vi um episódio sequer... e não tenho intenção de ver... são programas que me deixam mal-disposta... como já disse, programas de exploração e de humilhação do outro, repugnam-me!

Ao reler o que escrevi reparei que pode parecer uma opinião moralista... não é! Não é um texto a favor da preservação da instituição casamento na sua forma tradicional, de todo! Sou totalmente a favor de todo o tipo de casamentos desde que os intervenientes sejam pessoas adultas e plenas das suas capacidades... homem-mulher; mulher-mulher; homem-homem; pela igreja; pelo civil; com a bênção dos amigos; com a bênção de ninguém... quando falo em casamento, não me refiro ao papel passado, nem à moral e bons costumes. Refiro-me à relação entre duas pessoas!

Há dias preenchidos...

Há um dia em que vais a um funeral e a um casamento, e hoje foi o dia! (não foi hoje, foi noutro dia, mas estive tão ocupada com estes dois eventos que não pude escrever) E foi por um bocadinho assim (visualizar o polegar com o indicador mesmo, mesmo juntinhos) que não fui também a um baptizado, já que este estava prestes a começar assim que a missa do velório terminou. Foi ver a carreta funerária a prepara-se para sair e ver os convidados do baptizados nos seus fatos e lantejolas a chegar... Um mimo, senhores!

Poderia ser um dia normal para qualquer padre, o que não é o meu caso.. já para mim foi só estranho...

Ora vejam:

De manhã funeral. Momento em que apanho o Baptizado a chegar enquanto estávamos a sair para o cemitério...

De tarde Casamento!

Há dias muito preenchidos... já se sabe que a nobreza é assim, cheia de eventos sociais importantes!