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A Marquesa de Marvila

Aqui não se aprende nada... Lêem-se coisas escritas por mim, parvoíces na maioria das vezes mas sempre, sempre verdades absolutas (pelo menos para mim).

Mundo, és um privilegiado!

É feminista! Revolta-se e luta com as armas que tem contra as desigualdades com que se depara diariamente. Lê sobre o tema, aproveita todo e qualquer discurso para se informar. Vê coisas que eu, sendo também feminista, por vezes se me escapam... ou porque estou habituada a que assim seja, ou porque não pensei tão profundamente sobre o assunto. Gosta de pessoas e não gosta de pessoas consoante a sua posição perante este tema tão importante para ela. Não aceita, e bem!, que a mulher tenha de ter "recato", que tenha de pensar na roupa que veste para não ser assediada ou, pior, muito pior, violada. Incomoda-a, visceralmente, que mulheres critiquem mulheres pelo seu aspecto físico, pelas roupas, pelas atitudes... as mulheres têm de apoiar as mulheres.

É contra a violência no namoro e fica transtornada com a normalização de uma relação abusiva... as frases feitas, "se ele tem ciúmes é porque gosta de mim",  "só quem ama é que tem ciúmes" ou "a ex-namorada dele é uma cabra...", etc, etc..., deixam-na "fora dela". Não entende como namorados(as) têm as passwords dos telemóveis dos respectivos, não entende como o início de um namoro pode ser o final de liberdade, privacidade e individualidade. Para ela, o namoro exige respeito, confiança, liberdade, companheirismo, apoio, nunca o contrário!

É a favor do amor!, e o amor tem muitas cores, feitios e formas, desde que seja amor! O amor não vê género, nem raça, nem nacionalidade. O amor apenas é! E é de todas as formas e feitios, desde que respeite as regras do namoro, que seja entre pessoas e consentido. O amor é andar de mãos dadas, lado a lado, sem medos e sem vergonhas. O amor é livre, sempre livre e não há nada nem ninguém que prenda o amor... nem a homofobia, nem as leis, nem as religiões.

Por falar nisso, não gosta de religiões! São castradoras, manipuladoras e trazem ao de cima o pior do ser humano. Mas gosta e respeita a fé! A fé, como o amor, também é livre e dá força, raízes, fazendo-nos conquistar o impossível... ao contrário da religião que não nos permite ser!

Gosta de cor! De diversidade! O cinzento é muito aborrecido... por isso adora pessoas de cores diferentes, de hábitos diferentes, de nacionalidades, credos e culturas diferentes. O mundo é mais gigante e bonito quanto permitirmos que a diversidade se exprima!

Cabelos encaracolados, cabeças rapadas, pelos no buço, nas pernas das meninas, barba por fazer, loura ou morena... cada um é como quer! Não se prende em convenções sociais que dizem que o menino veste azul e a menina rosa; que as meninas têm de fazer a depilação e os meninos não podem chorar; que as meninas não gostam de bola nem os meninos de ballet... nada disso! Lembram-se da diversidade do ponto acima? E da liberdade? E do amor? E do respeito?... pois! Cada um é como é!

Respeita os animas! É vegetariana, não usa produtos testados em animais e revolta-se com os maus tratos aos mesmos. Chora quando os vê sofrer e não imagina a hipótese de os comer... os amigos não são alimento! Não entende como ainda existem espectáculos onde se mal-tratam animais para gáudio humano, que se cacem raposas por diversão... não entende e não há argumento que a faça entender ou aceitar!

Defende o ambiente. Pondera ter ou não filhos... não quer trazer ao mundo mais gente que vá sofrer com o estado do planeta; não quer trazer ao mundo pessoas que vão sobrecarregar o planeta, ainda mais... e também acha que as crianças são chatas!... sim, não é perfeita!  Quer comprar sempre a roupa em segunda mão, compra pouca roupa... não necessita de mais e o planeta agradece. É vegetariana! Não só pelos animais como também pelo planeta.

Ouve as letras das músicas com atenção... pondera se gosta, ouve, vê e apoia determinado artista/actor pelos seus ideais, pelo que é e não só pelo que faz. Deixa de ser fã porque aquele indivíduo abusou de alguém, ou é machista, ou xenófobo.

Segue páginas feministas, LGBT, defensoras do planeta e dos animais. 

Recusa-se a usar uma venda nos olhos e a fingir que o mundo gira sempre da mesma maneira e que a vida segue linda e maravilhosa!... sofre! Sofre imenso por ter valores! Fala constantemente sobre estes temas! Quer compreender! Quer justiça! Quer mudar o mundo!... percebeu que pode mudar o mundo começando por ela mesma. Pratica o que defende e defende o que pratica, com unhas e dentes. 

Ela tem 16 anos!... tem 16 anos mas já é assim desde os 8 anos (talvez mais cedo... com valores muito fortes e sempre sobre a desigualdade e a injustiça)... ela sofre! Ela chora! Ela tem valores e quer justiça! Ela tem 16 anos e é a minha filha mais velha! Ela é o meu orgulho!... e é capaz de ficar mesmo zangada por eu publicar este texto... mas eu vou fazê-lo porque ela é o meu orgulho, é o meu amor e é um ser humano maravilhoso! E o mundo só tem a ganhar por ela existir! 

Mundo, és um privilegiado por teres este ser humano que te habita!

É por isto que sou vegetariana!

"Atão, mas afinal porquê que te tornaste vegetariana?"... esta é a pergunta que mais ouço quando digo que sou vegetariana (Ovo-pouco lácteo-vegetariana). Normalmente não é uma pergunta inocente. Normalmente vem carregada de escárnio, de superioridade, de gozo... Ora bem, aláber.... Um porque sim! Deveria ser suficiente! Quando a pergunta vem carregada de menosprezo, superioridade e palermices do género, normalmente esta é a minha resposta: Porque sim! ou Porque quero! ou ainda, Porque posso!, um sorriso nos lábios e uma tremenda decepção do outro lado misturada com vergonha.

Muitas vezes a pergunta não se limita a um "Atão, mas afinal porquê que te tornaste vegetariana?", normalmente segue-se um: "A carninha é tão boa... olha eu, como é que eu passava sem o meu baconzinho ou o meu entrecostozito.... ahahahahhahahahahah".... Pois, passavas com menos colesterol, mas isso é um problema teu e não meu. Talvez te tornasses também uma pessoa menos execrável e parva.  Mas, mais uma vez, esse é um problema teu!... como referi acima, a minha resposta é: "Porque sim!". 

Só desenvolvo a questão quando percebo que o interesse da pessoa é genuíno, que quer mesmo saber, que não está a fazer juízos de valor nem a pôr em causa as minhas decisões. E aí eu explico, tal como vou explicar-vos a vós, que não perguntaram nada, mas eu vou dizer na mesma:

Pelos animais, em primeiro lugar! Em segundo lugar pelo planeta!

Mas, vamos por partes. Eu adoro peixe, adoro marisco, tenho uma profunda pena de ambos não serem vegetais, frutas ou tubérculos, mas são animais e só por isso não os como. Por eles! Não por mim, que eu emborco uma data de porcarias que só fazem é mal, tipo açúcar, chocolate, gelados, gelados de chocolate... vá, acorda pá! 

A carne... a carne já não sei se gosto! Não a como há tantos mas tantos anos que nem me lembro se gosto ou não! Seria incapaz de voltar a comer carne. Mas sei que gostava quando a deixei de comer. Adorava enchidos. O meu prato favorito era Cozido à Portuguesa... agora, só de passar perto do talho fico com náuseas. O que está no prato não é um bocado de uma coisa. É um bocado de um animal. Um animal que é senciente, que sofre, sente medo, frio, calor, alegria e tristeza... e só isso faz com que eu seja incapaz de os comer. Não me cabe na cabeça comer um animal. A minha "diaba"?!?!.... eu seria incapaz de comer a minha "diada", então como poderei ser capaz de comer uma vaca ou um porco que têm exactamente as mesmas capacidades que ela? Que sentem da mesma forma que ela?.... Não dá! Não consigo!

E os peixes a mesma coisa... são animais! Sofrem, sentem. Não faz sentido comê-los! Há tanta coisa que podemos comer, tanta coisa saborosa, deliciosa mesmo e que não contribui para o sofrimento dos animais.

Depois o planeta. A indústria pecuária é a maior fonte de poluição mundial. Não há nada que se lhe equipare. Para terem uma ideia, se apenas nos EUA, e apenas um dia por mês, todos os americanos deixarem de comer carne é o equivalente à paragem de todos os veículos motores (carros, barcos, aviões, motas) no mundo inteiro, em termos de impacto ambiental. É brutal! Se continuarmos a comer carne desta forma o planeta não dura muito, não vai aguentar. As Nações Unidas já avisaram, ninguém quer saber. E atenção, que ainda temos a questão da soja. 90% da produção de soja no mundo, que destrói as florestas, serve para alimentar o gado, suínos e aves. Quanto mais aumenta o consumo de carne, mais aumenta a produção de soja. Até aos anos 40 a produção de soja era quase exclusiva para a alimentação de animais. Apenas 10% é para a alimentação humana.

O peixe, esse desgraçado está prestes a acabar nos oceanos. Não há muito mais a dizer sobre o peixe.

Esta é a minha perspectiva! É por isto que não como nem carne nem peixe. Os ovos e o queijo serão os próximos (não bebo leite nem iogurtes, nem como manteiga).

Depois há uma questão que me encanita os nervos... porquê que é tão incómodo para os omnívoros que existam vegetarianos? Em que medida este facto os pode incomodar tanto?... Não entendo! Não entendo onde está o motivo de gozo. Ou melhor entendo... As pessoas têm tendência para gozar por dois motivos:

- Medo. Medo de serem inferiores; medo de estarem do lado errado; medo de serem ultrapassados; medos vários...

- Sentimento de inferioridade: Precisam de gozar com os outros para se sentirem bem.

E ainda, há os que são só parvos! Que, quando se fala em vegetarianismo, aparecem aos magotes!